You're fired! - disse ele.
Está incendiado! - percebi eu.
domingo, dezembro 16, 2007
Finalmente,
fim-de-semana,
tempo para fazer algumas das coisas com que gosto de me entreter. Hoje aproveitei para dar uma vista de olhos nuns quantos blogs, e encontrei coisas bem engraçadas.
Agora ando a ler «A Saudade Portuguesa», da Carolina Michaëlis de Vasconcelos (comprei-o esta semana no Porto, na Trindade, numa Feira do Livro com algumas coisas bem interessantes) e encontrei nele uma quadra de uma das músicas que a Isabel Silvestre canta no álbum «A gente não lê». A música chama-se «Ora mexe na casaca mexe» e a quadra é a seguinte:
Aí tens meu coração
e a chave para o abrir;
eu não tenho mais que te dar
nem tu mais que me pedir.
No próprio estudo desta autora, ela fornece duas variantes actuais, além da acima citada, no Minho e na Galiza:
Toma lá meu coração
e a chave de o abrir;
não tenho mais que te dar,
nem tu mais que me pedir. (Mil Trovas, nº 240)
O Meu corazon che mando,
e unha chave para o abrir;
nin eu teño mais que darche
nin ti mais que me pedir. (Cancioneiro Galego, III 14).
Sobre a Mana Galiza saiu um caderno bem interessante no Expresso. Essa informação pode ser consultada no Ciber Dúvidas.
Saudinha.
fim-de-semana,
tempo para fazer algumas das coisas com que gosto de me entreter. Hoje aproveitei para dar uma vista de olhos nuns quantos blogs, e encontrei coisas bem engraçadas.
Agora ando a ler «A Saudade Portuguesa», da Carolina Michaëlis de Vasconcelos (comprei-o esta semana no Porto, na Trindade, numa Feira do Livro com algumas coisas bem interessantes) e encontrei nele uma quadra de uma das músicas que a Isabel Silvestre canta no álbum «A gente não lê». A música chama-se «Ora mexe na casaca mexe» e a quadra é a seguinte:
Aí tens meu coração
e a chave para o abrir;
eu não tenho mais que te dar
nem tu mais que me pedir.
No próprio estudo desta autora, ela fornece duas variantes actuais, além da acima citada, no Minho e na Galiza:
Toma lá meu coração
e a chave de o abrir;
não tenho mais que te dar,
nem tu mais que me pedir. (Mil Trovas, nº 240)
O Meu corazon che mando,
e unha chave para o abrir;
nin eu teño mais que darche
nin ti mais que me pedir. (Cancioneiro Galego, III 14).
Sobre a Mana Galiza saiu um caderno bem interessante no Expresso. Essa informação pode ser consultada no Ciber Dúvidas.
Saudinha.
domingo, dezembro 09, 2007
Sempre nutri uma certa empatia pelos galegos, algo intrínseco. Quando fiz o Caminho de Santiago gostei bastante deste país e das suas paisagens e pessoas, e sentia um certo orgulho em poder falar com as pessoas em Português, é claro que acentuava as vogais, mas era simples compreender o que me queriam dizer.
Deixo a estes meus manos esta homenagem nos versos de Rosalía de Castro.
Saudades.
Deixo a estes meus manos esta homenagem nos versos de Rosalía de Castro.
Saudades.
sábado, dezembro 08, 2007
domingo, dezembro 02, 2007
O saber ocupa lugar
Deixemos de lado as reformas organizativas anunciadas pela ministra da Educação e a abertura tipo choque tecnológico do ano escolar e concentremo-nos no aspecto mais importante do ensino, isto é, na sua qualidade. Atente-se nestes três factos: o anúncio de que a disciplina de Filosofia deixará de ser necessária para aceder ao Ensino Superior, a estranha mistura entre Literatura e Ciências Sociais e a provável extinção, para acesso a certos cursos, do Latim e do Grego. Sou licenciada em Filosofia, para o que, no final do Secundário, tive de me submeter a exames nestas duas línguas mortas. Por razões que não vêm ao caso, não fui boa aluna, mas sinto a falta de conhecimento destas matérias. Há mais de cem anos, no romance Hard Times, Charles Dickens fazia troça de Mr. Grandgrind, para quem no mundo só havia “factos, factos, factos”. Apesar de baseada numa concepção mutiladora do homem, era, e é, uma ideia popular. Mas a escola não pode ficar reduzida à formação de autómatos capazes de meter um chip num telemóvel. Se desejo que os estudantes aprendam Filosofia, que saibam apreciar um romance e que alguns até dominem o Latim e o Grego é por pensar que aquilo que, a partir de agora, só estará acessível a uma elite o deveria estar para todos. É verdade que, ao longo dos anos, a vida material dos portugueses melhorou, mas terá acontecido o mesmo, e na mesma extensão, à sua vida intelectual? A resposta é negativa.
A responsabilidade reside nos 26 ministros da Educação que, desde 1974, ocuparam a pasta. Todos, de esquerda e de direita, confundiram elitismo intelectual e exclusivismo social, o que os levou a recusar que a igualdade de oportunidades pudesse ser obtida sem que o nível de exigência do ensino baixasse. Se as disciplinas humanísticas fossem extirpadas dos curricula, os nossos filhos e netos terão uma vida mais esquálida do que a nossa, porque lhes teremos dado a ilusão de que eles “sabem”, sem lhes termos oferecido os instrumentos necessários à compreensão do Mundo. É para isto serve a Filosofia.
Maria Filomena Mónica, Investigadora emérita do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Artigo publicado no Jornal “Meia Hora”, a 14/09/2007.
Deixemos de lado as reformas organizativas anunciadas pela ministra da Educação e a abertura tipo choque tecnológico do ano escolar e concentremo-nos no aspecto mais importante do ensino, isto é, na sua qualidade. Atente-se nestes três factos: o anúncio de que a disciplina de Filosofia deixará de ser necessária para aceder ao Ensino Superior, a estranha mistura entre Literatura e Ciências Sociais e a provável extinção, para acesso a certos cursos, do Latim e do Grego. Sou licenciada em Filosofia, para o que, no final do Secundário, tive de me submeter a exames nestas duas línguas mortas. Por razões que não vêm ao caso, não fui boa aluna, mas sinto a falta de conhecimento destas matérias. Há mais de cem anos, no romance Hard Times, Charles Dickens fazia troça de Mr. Grandgrind, para quem no mundo só havia “factos, factos, factos”. Apesar de baseada numa concepção mutiladora do homem, era, e é, uma ideia popular. Mas a escola não pode ficar reduzida à formação de autómatos capazes de meter um chip num telemóvel. Se desejo que os estudantes aprendam Filosofia, que saibam apreciar um romance e que alguns até dominem o Latim e o Grego é por pensar que aquilo que, a partir de agora, só estará acessível a uma elite o deveria estar para todos. É verdade que, ao longo dos anos, a vida material dos portugueses melhorou, mas terá acontecido o mesmo, e na mesma extensão, à sua vida intelectual? A resposta é negativa.
A responsabilidade reside nos 26 ministros da Educação que, desde 1974, ocuparam a pasta. Todos, de esquerda e de direita, confundiram elitismo intelectual e exclusivismo social, o que os levou a recusar que a igualdade de oportunidades pudesse ser obtida sem que o nível de exigência do ensino baixasse. Se as disciplinas humanísticas fossem extirpadas dos curricula, os nossos filhos e netos terão uma vida mais esquálida do que a nossa, porque lhes teremos dado a ilusão de que eles “sabem”, sem lhes termos oferecido os instrumentos necessários à compreensão do Mundo. É para isto serve a Filosofia.
Maria Filomena Mónica, Investigadora emérita do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Artigo publicado no Jornal “Meia Hora”, a 14/09/2007.
quarta-feira, novembro 28, 2007
terça-feira, novembro 27, 2007
domingo, novembro 25, 2007
sábado, novembro 24, 2007
Depois de criado há algum tempo, decido agora começar a dar vida a este espaço, que ficou tanto tempo guardado para mim. Na realidade, o grande culpado deste atrevimento foi Ninguém, mas penso que já era hora de dar a conhecer algumas coisas interessantes, acho eu, obviamente, que andam guardadas em CD-RW.
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